"Nascidos
em Hanau, Jacob Grimm e Wilhelm Grimm, (os irmãos Grimm)
estudaram Direito junto ao seu pai, mas começaram a se dedicar integralmente à
literatura e acabaram deixando a advocacia de lado(...)
(...)Reconhecidos
no mundo inteiro pela qualidade dos contos que produziram desde o começo do
século XIX, os irmãos Grimm afirmavam que estavam apenas escrevendo, durante à
noite, as histórias que escutavam de camponeses, amigos e parentes durante o
dia.
(...)Publicados
no ano de 1812, os primeiros contos dos Grimm levavam o nome de “Histórias das
Crianças e do Lar”, totalizando 51 histórias. Aos poucos, os contos desta obra
foram se popularizando ao redor do mundo, sendo reinventados em várias versões
e conquistando povos de culturas e idiomas diferentes(...)"
Alguns de vocês já ouviram falar dos irmãos Grimm, senão, de suas histórias magníficas, cheias de magias, finais "felizes para sempre", beijos de amor verdadeiros e etc. Pois bem, devo dizer que nem sempre a vida foi tão bela assim, ou melhor falando, as aparências enganam.
Muitas histórias
contadas pelos irmãos eram, na verdade, direcionadas a adultos, e tiveram
algumas modificações durante os anos, até virarem contos infantis.
A Disney é campeã em
apresentar tais contos para os telespectadores, de várias maneiras, sendo
lembrada quando alguma é contada.
Mas vamos ao que interessa,
apresento à vocês, algumas versões dos verdadeiros contos de fadas:
A Bela Adormecida:
O conto original de A Bela
Adormecida (Belle au bois Dormant) foi escrito pelo francês Charles Perrault em
1697. Nela, a bela adormecida foi violentada pelo príncipe enquanto dormia e engravidou de gêmeos. Após o
nascimento, um deles, sentindo fome, chupa acidentalmente o dedo da mãe,
pensando ser seu seio, e retira a farpa enfeitiçada que havia provocado o coma
em que ela estava o Príncipe que a engravidou (estuprou) continuou voltando durante
os nove meses. Quando ele chegou lá e encontrou a Bela, já não mais adormecida
e com duas crianças, decidiu casar-se com ela, mas ele não poderia levá-la ao
seu castelo, pois sua mãe era um ogro, que tinha o hábito de comer qualquer
criança que aparecesse em seu caminho.
Por esse motivo, o príncipe
esperou alguns anos até que seu pai morresse e ele virasse rei para aí então
poder levar sua mulher para seu reino. E assim aconteceu, mas na primeira
viagem que ele fez, sua mãe ogra resolveu fazer o que todo ogro tem que fazer:
comer seus dois netos. E não satisfeita, também sua nora. Mas, com a ajuda do
cozinheiro a Bela conseguiu se esconder até o retorno de seu marido, que quando
ficou sabendo dos planos de sua mãe, mandou mata-la.
Em outras versões, o
Príncipe na verdade já era rei, e a mãe ogra era a esposa do rei, o resto é bem
parecido. A esposa ciumenta quer, como vingança, comer (no sentido alimentício)
os dois filhos bastardos do rei, mas acaba sendo descoberta e é queimada viva
numa fogueira.
Branca de Neve:
O começo da história é praticamente
parecido com a que conhecemos. As coisas começam a mudar quando ao invés de
pedir somente o coração para o caçador, a madrasta de Branca (ou sua mãe em
algumas versões) pede todos os outros órgãos, e uma jarra com seu sangue (pois
é, pois é). O caçador, tendo dó de Branca, acaba matando um animal silvestre e
dá o que a rainha quer, e bom, como já é de se esperar, ela faz um pequeno
banquete com seus “ingredientes”.
Enquanto isso, a menina tenta se esconder em
um lugar seguro e acaba achando a casa dos anões. Em troca de moradia, Branca
de Neve deveria lavar, passar, costurar, cozinhar e sabe lá mais o que, para
todos eles (lembrando que os anões já eram adultos, estavam em 7, e
compartilhavam a casa com 1 garota, então, imaginem o que bem quiserem).
Depois de algum tempo, sabendo que Branca de
Neve ainda estava viva, a rainha tenta matá-la daqueles três jeitos típicos que
conhecemos. Quando encontram o corpo de Branca caído e percebem que não tem
mais jeito, os anões colocam-na em uma cripta de vidro.
Branca de Neve, na versão dos Irmãos Grimm tem
apenas sete anos, e ao invés de dar um “beijo de amor”, o Principie carrega o
corpo morto para seu palácio, para que assim ela estivesse sempre com ele.
Depois de algum tempo, um de seus servos, cansado de ter que carregar um caixão
de um lado pro outro, resolve descontar suas frustrações dando uma baita surra
nela. Um dos golpes desferidos no estômago faz com que ela vomite a maçã
envenenada e assim volte à vida.
No final, quando eles estão
prestes a se casar, o príncipe convida a rainha para uma comemoração, e ela vai
(sem saber que seria o casamento de sua odiada enteada). Quando chega, obrigam-na
a calçar sapatos de ferro em brasa, e dançar até cair morta.
Cinderela:
"Pai,
mãe e filha eram uma família feliz, até que a mãe ficou muito doente. Um dia, ela
chamou a filha e disse-lhe para plantar uma árvore em seu túmulo, e sempre que
precisasse de algo, fosse lá chacoalhar a árvore. Como a mãe havia dito, a
menina plantou e regou a plantinha com suas lágrimas.
Algum tempo depois, o pai se casou com outra mulher, que já tinha duas filhas más que apelidaram-na de Cinderela. A madrasta logo botou a menina para trabalhar como empregada.
Algum tempo depois, o pai se casou com outra mulher, que já tinha duas filhas más que apelidaram-na de Cinderela. A madrasta logo botou a menina para trabalhar como empregada.
Um dia, o rei anunciou 3 bailes, e Cinderela foi obrigada a ajudar as irmãs a se arrumarem para o primeiro. Ela não tinha nenhum vestido e ainda por cima, deveria separar lentilhas antes que as irmãs voltassem.
Depois que todos saíram para o baile, dois
pássaros bateram na janela e se ofereceram pra ajudar Cinderela com as
lentilhas.
No dia seguinte, as irmãs de Cinderela não paravam de falar sobre o baile, e comentaram que naquela mesma noite teria outro. Novamente Cinderela não pôde ir porque teve que separar sementes. Os pássaros novamente a ajudaram.
Quando eles acabaram, os pássaros aconselharam a menina à ir ao tumulo de sua mãe para conversar. Cinderela fez o que foi dito e chacoalhou a árvore, ganhando assim um esplêndido vestido prata com acessórios. A menina ficou extremamente animada com tudo, mas tinha que voltar antes da meia-noite. Quando voltou pra casa, encontrou uma carruagem com serventes e cavalos para levá-la ao baile.
Já no baile, assim que o príncipe avistou e dançou com Cinderela, percebeu que ela seria sua esposa.
No dia seguinte, as irmãs más contaram sobre a misteriosa princesa que dançou com o príncipe, e na mesma noite haveria o 3º baile. Cinderela, como sempre, teve que ficar separando ervilhas. Novamente pediu ajuda à sua mãe e dessa vez ganhou um vestido dourado com pedras preciosas e sapatilhas feitas de ouro. O príncipe já a esperava na escadaria e dessa vez fez muitas perguntas à seu respeito.
Cinderela quase perdeu o horário e teve que sair correndo, e como já sabemos, perdeu um dos sapatinhos e ainda perdeu a carona, ficando no meio da rua com suas roupas velhas.
O príncipe tentou alcança-la, mas quando percebeu que não conseguiria, voltou ao palácio, e em sua caminhada encontrou o sapatinho de ouro e proclamou que se casaria com a pessoa cujo pé coubesse nele.
Depois de visitar várias moças, o servo do príncipe chegou na casa de Cinderela, e as irmãs começaram a se preparar para experimentarem o sapatinho. A mãe delas as chamou e disse que, se o sapatinho não coubesse, elas deveriam usar uma faca para cortar um pedaço de seus pés. Uma das irmãs experimentou, e percebendo que ele não iria caber cortou parte dos pés, fazendo o sapato se encaixar direitinho.
O príncipe já estava levando ela para o
castelo quando os pássaros, amigos de Cinderela cantaram dizendo que tinha
sangue no sapato, o príncipe viu e levou a impostora para casa.
Então a segunda irmã experimentou os sapatos e precisou cortar os dedinhos para servir. Novamente o príncipe estava levando ela para castelo e os pássaros deduraram o sangue.
O príncipe voltou para a casa e perguntou se havia outra garota, a madrasta não queria, mas ele a fez chamar Cinderela. O sapatinho serviu e ele reconheceu sua noiva.
No dia do casamento de
cinderela, ela convidou sua madrasta e as irmãs para a festa. O conto diz que
por causa de tanta inveja que as irmãs más tinham, os corvos acabaram devorando
os olhos delas, deixando-as cegas.
A Pequena Sereia:
A grande diferença nesse
conto está em seu final. Ao invés de se casar com o príncipe e viver feliz para
sempre, a pequena sereia na verdade é abandonada por ele logo após ela beber a
poção mágica que lhe transforma em mulher. Mas, como tudo tem seu preço, a
poção tem um pequeno efeito colateral: durante o resto de sua vida, a pequena
ex-sereia iria sentir uma dor tremenda nos pés, como se eles estivesse pisando
constantemente em facas. Vendo a traição, alguém oferece um punhal para que ela
tenha sua vingança. Mas, ao invés disso, ela pula no mar e “morre” se
dissolvendo em espuma.
Chapeuzinho Vermelho:
A história atual todos nós
conhecemos: Chapeuzinho Vermelho, lobo mau, vovozinha e lenhador… Não preciso
explicar certo!? Mas, na história original o lenhador não existe, na verdade a
Chapeuzinho e sua vovó são devoradas e pronto, parou por ai, nada de final
feliz aqui. Em outra versão ainda mais antiga, a Chapeuzinho faz um strip
tease pro Lobo (que às vezes era representado por um lobisomem ou um ogro)
para assim poder fugir enquanto ele esta “distraído”. Existe ainda uma versão
mais bizarra da história, onde o Lobo estripa a Vovó e obriga a Chapeuzinho a
jantá-la com ele. A Chapeuzinho, que não é besta, diz que precisa ir ao
banheiro (que naquela época ficava do lado de fora das casas) e fugia. Percebam
que, em todas as versões que citei, o Lobo sempre se dá bem no final, de uma
forma ou de outra.
Ufaa! Bom, tentei pegar as histórias mais famosas para mostrar que até as coisas mais fofas, lindas e perfeitas tem sua pitada de terror ;)
Sites de pesquisa sobre o assunto: Mobground, Caixa de Pandora, Fala cultura
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