Nos anos 1970, o casal de
investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren ajudou uma família
aterrorizada por eventos estranhos em sua casa no interior de Rhode Island, nos
Estados Unidos, eles também estiveram envolvidos nos casos de Amityville e
da família Snedeker, cuja a história serviu de base para o filme Evocando
Espíritos.
Os Warren afirmam que sua
investigação do caso conhecido como "Harrisville Haunting" (“Assombração
em Harrisville” / “Caso Harrisville”) ou "Perron Haunting
Family" (“Assombração da Família Perron”), "foi a
investigação mais intensa, convincente, perturbadora e importante" de
suas carreiras.
Roger Perron, sua esposa Carolyn, e suas cinco filhas Andrea (Annie), Nancy, Christine, Cindy,
e April sofreram uma década de tortura por parte dos espíritos que
ocuparam sua casa, chamada de Velha Fazenda Arnold.
No inverno de 1970, Roger e Carolyn
Perron compraram a residência onde pretendiam criar suas 5 filhas. A casa
fora construída em um terreno amplo e até onde sabiam, 8 gerações da família
anterior haviam vivido ali.
Segundo Andrea, assim que se
mudaram começaram a presenciar algumas manifestações e
a ver espíritos vagando
pela casa. Mas até então todos benignos e alguns deles pareciam ignorar completamente
a presença dos Perron na residência. No geral eram bem pacíficos. Havia um que
sempre cheirava as flores, outro que dava beijos de boa noite nas crianças e
até um que parecia pegar uma vassoura e varrer a residência.
Família Perron |
Além disso, haviam outros
tipos de manifestações típicas de uma casa assombrada, mas as que mais chocavam
eram as manifestações de fantasmas “maus”. Alguns puxavam as pernas e os
cabelos das meninas no meio da noite. Outros batiam na porta da frente da casa
com tanta força que toda a casa tremia. Algumas portas se fechavam sozinhas
enquanto outras permaneciam congeladas no lugar, impossíveis de serem fechadas,
não importando quanta força fosse aplicada a elas. Uma entidade na casa
mantinha rotineiramente a família acordada, pois choramingava continuamente no
meio da noite: "Mamãe! Mamããããe!" enquanto outra aparição
torturava Cindy de 8 anos de idade dizendo-lhe sem parar: "Há sete
soldados mortos enterrados na parede", Havia também. Um som de algo que
volta e meia se chocava contra a porta no meio da noite e que acordava a
família toda. Era óbvio que haviam algumas almas perturbadas no lugar.
"Havia
um que minha irmã chamava de 'Manny' e que era uma alma simpática. Achavamos
que ele era Johnny Arnold, que cometeu suicídio no beiral da casa em 1700",
disse Perron. "Ele aparecia na casa
e meio que nos protegia. Ele sempre aparecia praticamente no mesmo lugar, em
frente ao corredor, entre a sala de jantar e a cozinha e sempre se inclinava
contra a porta. Ele tinha esse sorriso torto como se as crianças o divertissem.
Assim que você o via e fazia contato visual, ele sumia."
Todos os membros da família
viam os espíritos na casa e, claro, os moradores anteriores também os tinham
visto. "Todo mundo que sabiamos ter
vivido na casa passou por isso", disse Perron. "Alguns fugiram correndo e gritando por suas vidas. O homem que se
mudou para iniciar a restauração da casa assim que a vendemos, saiu gritando
sem o seu carro, sem suas ferramentas, sem sua roupa. Ele nunca mais retornou à
casa, consequentemente, os proprietários das terras adjacentes que a compraram,
também nunca se mudaram e ela ficou vazia por anos."
Porém, as coisas ficaram
piores (se é que dava pra piorar) quando os Perron resolveram convocar o casal Warren,
para fazer uma investigação e intervir em alguns fenômenos que ocorriam dentro
da casa e que estavam perturbando a família.
Durante uma sessão, Os
Warren acabaram acordando uma entidade nem um pouco agradável. Essa entidade se
chama Bathsheba*
*Alma
esquecida por Deus.
Bathsheba, o espírito
maligno
Muitos dizem que essa
entidade, Bathsheba Sherman, foi uma bruxa praticante do satanismo que tinha
vivido na casa no início do século 19 e morreu ali depois de se enforcar em uma
árvore atrás do celeiro.
Há rumores também de que Bathsheba
morreu de causas naturais aos 73 anos de idade. Seu corpo se transformou em
pedra imediatamente após a sua morte e é claro que não há nenhuma evidência
para apoiar as reivindicações.
Bathsheba Sherman foi
acusada de bruxaria depois que um bebê morreu misteriosamente sob seus
cuidados. Parece que o bebê morreu depois que uma agulha de tricô foi enfiada
na base do seu crânio.
Embora não houvesse provas suficientes para
condenar Sherman de bruxaria ou assassinato, muitos moradores
acreditavam que ela tinha matado a criança para honrar Satanás.
A história ainda conta que
antes de morrer, Bathsheba amaldiçoou suas terras e a todos que
viessem a viver no local. Mais de 25 mortes ocorreram naquelas terras. Todas
sob circunstâncias misteriosas. A contagem inclui dois enforcamentos, um
envenenamento, dois afogamentos, e quatro casos de homens congelados até a
morte. Citando um livro de registro público local, Andrea também afirma que uma
menina de onze anos de idade foi estuprada e morta na propriedade., Entretanto
os registros oficiais indicam que a menina morreu de uma forma diferente. A
precisão das outras mortes não é clara.
Segundo Andrea Perron, Bathsheba logo
se mostrou extremamente agressiva e se via como a dona da casa. Ela sentia-se
atraída por Roger, cobiçava as crianças e começou a fazer de tudo para botar
Carolyn para fora da casa.
Nas palavras de Perron: "O que ela fez minha mãe passar, nenhum
ser humano deveria ter que suportar. Ela aparecia para vários de nós, mas eu
nunca a vi. Eu via muitos dos espíritos, mas eu nunca a vi, exceto em uma
espécie de estado de sonho telepático. Quando ela parecia minha mãe, eu
sonhava, ao mesmo tempo em que ela
estava aparecendo para minha mãe e a atormentando."
No início, Bathsheba tratava
Carolyn de forma apenas "cruel". Carolyn fora beliscada, estapeada, e
teve objetos jogados sobre ela. Seu maior medo, fogo, logo foi descoberto pela
entidade e usado repetidamente para aterrorizá-la, Bathsheba batia tochas
contra sua cama, enquanto exigia que ela deixasse a casa imediatamente.
Conforme o tempo passava, os ataques ficavam piores. Como por exemplo, um dia Carolyn estava deitada no sofá, quando sentiu uma dor aguda na panturrilha. Ela examinou a perna e encontrou um grande ferimento sangrando que parecia "como se uma agulha de costura grande tivesse espetado sua pele". Mais tarde, após frustradas ameaças para que Carolyn deixasse a casa, Bathsheba tomou um rumo diferente e tentou invadir Carolyn por dentro. Acreditando que Carolyn tinha sido possuída, os Perron chamaram os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren para ajudá-los.
Conforme o tempo passava, os ataques ficavam piores. Como por exemplo, um dia Carolyn estava deitada no sofá, quando sentiu uma dor aguda na panturrilha. Ela examinou a perna e encontrou um grande ferimento sangrando que parecia "como se uma agulha de costura grande tivesse espetado sua pele". Mais tarde, após frustradas ameaças para que Carolyn deixasse a casa, Bathsheba tomou um rumo diferente e tentou invadir Carolyn por dentro. Acreditando que Carolyn tinha sido possuída, os Perron chamaram os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren para ajudá-los.
Um artigo de agosto de 1977
no jornal local descreveu a aparência de Bathsheba:
"A
Sra. Perron disse que acordou uma manhã antes do amanhecer e encontrou uma
aparição ao lado de sua cama: a cabeça de uma velha pendurada de um lado sobre
um velho vestido cinza. Havia uma voz reverberando: ‘Saia. Saia. Eu vou levá-la
para fora com morte e tristeza."
O Casal Warren:
Lorraine e Ed Warren |
Apesar de Ed e Lorraine
Warren terem tentado dissipar os espíritos do mal, eles acabaram fazendo
mais mal do que bem e nunca conseguiram livrar a casa do horror que os haviam
colocado (diferente do filme). Carolyn Perron lembrou da "terrível
noite" e explicou que, apesar das intenções dos Warren serem boas, eles
perceberam que as coisas "pioraram em torno deles". Como a situação
ficou fora de controle, Roger Perron exigiu que os Warren deixassem o local
imediatamente.
Antes de “expulsarem” os Warren, um padre do
Vaticano foi até a casa e segundo Perron, andou pela casa, parando em cada
cômodo e murmurando suas orações. Quando saiu, o homem disse: "Sinto muito
Sra. Perron. Esta casa não pode ser limpa".
A família ainda permaneceu
na casa durante 10 longos anos, rumores dizem que eles “escolheram” sofrer com
os espíritos, pois não tinham uma renda suficiente para se mudarem, e assim que
conseguiram se estabilizar, foram para a Geórgia.
Família Perron |
Fatos Adicionais:
Andrea e Cynthia, a segunda
mais nova das irmãs Perron, falam sobre como foi crescer no local e as
lembranças que guardam até hoje (retirada do portal IG).
A chegada na casa
Cynthia: Inicialmente,
amávamos a fazenda. Mal podíamos esperar para chegar. Costumo dizer que
vivíamos em um pedacinho do paraíso em uma parte do inferno. Mas a propriedade
era absolutamente magnífica. Nada podia ser melhor para cinco meninas, ainda
mais molecas como nós, que subíamos em árvores e muros de pedra. Mas a primeira
coisa aconteceu quando estávamos fazendo a mudança. No momento em que levávamos
as caixas para dentro de casa, vimos um homem. Achamos que era alguém da
família (dos antigos donos) que estava nos ajudando. Mas todos tinham ido
embora e ele ainda estava lá.
Andrea: Ele desapareceu
em frente a (minha irmã) Nancy. Eu nunca o vi desaparecer, apenas o vi de corpo
todo. Achava que era um homem normal, mortal. Nunca nos ocorreu, nem aos meus
pais, que estávamos nos mudando para um casa mal-assombrada.
Objetos fora de lugar
Cynthia: As coisas
estavam acontecendo a todos nós, mas não contávamos um para o outro. Estava com
meus brinquedos em meu quarto, descia para pegar alguma coisa e, quando
voltava, eles não estavam no lugar certo. Tinham sido movidos ou colocados
embaixo da cama. Aí eu ia brigar com minhas irmãs e elas não sabiam do que eu
estava falando. Foi assim que começou. Quando você percebe que ninguém mais
está na casa, só você, e os brinquedos ainda estão mudando de lugar…não pode
ser uma das suas irmãs.
Andrea: Começamos a
culpar umas às outras. Éramos cinco meninas que dividiam tudo, se amavam
loucamente. Mas quando mudamos para a fazenda, de repente só havia suspeita e
briga. Não éramos crianças ricas, então valorizávamos nossos brinquedos. E
quando as coisas começaram a desaparecer, as acusações surgiram. Um dia minha
mãe colocou fim a tudo isso. Ela disse: “Seu pai e eu nos mudamos para as
montanhas e compramos esta fazenda para que vocês tivessem um ótimo lugar para
viver. E vocês têm mais do que a maioria das crianças deste planeta. Isso acaba
agora”. Então percebemos o que estava acontecendo e tivemos uma espécie de
transição espiritual. E foi aí que Cindy começou a dividir seus brinquedos com
as crianças que apareciam no quarto dela para brincar.
A conversa com os pais
Andrea: Sim. Cindy ia
até a minha cama e dizia: “Annie, estou ouvindo vozes e todos dizem a mesma
coisa”. E eu perguntava o que eles diziam, e ela respondia: “Há sete soldados
mortos na parede”. Oito gerações de uma família viveram e morreram naquela casa
antes da nossa chegada. Depois de cinco ou seis meses, abordei minha mãe e
disse que era hora de ela saber o que as minhas imrãs estavam dizendo. Um ou
dois dias depois, quando meu pai chegou em casa, ela disse: “Precisamos
conversar. Você precisa saber o que está acontecendo com a sua família”. Foi a
primeira conversa que eles tiveram sobre as manifestações espirituais na casa.
Viver na casa por dez anos
Andrea: Acho que
estávamos destinados a ficar lá. Era quase como se a casa nos fizesse ficar lá.
E é preciso lembrar que nos mudamos para a fazenda em janeiro de 1971, quando
nossa economia estava muito ruim. O valor da propriedade só diminuía e meus
pais tinham colocado tudo o que tinham na casa. Não podíamos apenas ir embora.
E nós amávamos a fazenda. Alguns espíritos eram muito bons conosco, nos
protegiam.
Os espíritos que viviam na
casa
Andrea: Dez ou
doze espíritos eram frequentemente vistos por nós. Havia algo de natureza
demoníaca naquela casa. E não sabemos se fomos nós quem os deixaram entrar. Mas
acho que não. Acho que estavam lá há muito tempo. A tristeza que havia naquela
casa…Podíamos voltar felizes da escola, mas cinco minutos em casa bastavam para
acabar com a gente.
Tínhamos alguns amigos
próximos para quem contávamos as coisas. Mas mesmo os mais próximos não
acreditavam. É preciso lembrar que éramos crianças absolutamente normais que
viviam uma existência paranormal. Vivíamos entre duas dimensões. Então era
possível passarmos ótimos momentos juntas. Podíamos ir para um parque de
diversões com nossos pais e dar risada. E então voltávamos para casa, meu pai
abria a porta e gritava, porque estava entrando em um lugar cheio de espíritos.
E tudo mudava. A felicidade se dissipava instantaneamente.
Presa em um baú de madeira
Cynthia: Quando
nos mudamos, fazia muito frio, então começamos a brincar mais depois de seis
meses. Uma vez, tive a ideia de me esconder em um baú de madeira que não tinha
trinco ou trava, apenas uma tampa de levantar. Me escondi ali e ninguém vinha
me achar. Quando tentei levantar a tampa, ela não abria. Comecei a entrar em
pânico. Chutava, empurrava, gritava e ninguém me ouvia. Depois de 20 minutos,
desisti. Então minha irmã Nancy veio e abriu a tampa. Eu estavam encharcada de
suor, então ela percebeu que eu estava lá há muito tempo. Eu não conseguia
respirar, foi muito ruim.
A chegada de Ed e Lorraine
Warren
Andrea: Nossa
amiga Barbara foi vê-los em Putnam, porque eles faziam trabalhos na região.
Eles foram informados sobre nós. Ficamos muito animadas e aliviadas porque
podíamos falar sobre o que estava acontecendo com quem ouvia e acreditava.
As filmagens de
"Invocação do Mal"
Andrea: Sem a
nossa mãe, fomos ao set e nos perguntaram se poderíamos dar uma entrevista.
Cerca de uma hora e meia depois, do nada, veio um vento forte. Voaram as
câmeras, telas, microfones, tudo. Eu olhei para o lado e nenhuma árvore estava
se mexendo. Não estava acontecendo nada em nenhum outro lugar daquele set.
Olhei para minha irmã Cris e disse: "A maldição de Bathsheba"
(nome de um dos espíritos do filme).
Ela concordou. No mesmo momento, minha mãe
caiu e quebrou o quadril. Só recebemos a mensagem várias horas depois, é claro,
porque não podíamos usar celular no set. Chegamos ao hospital logo depois da
operação. Minha mãe estava muito sedada, não estava lúcida. As cinco filhas, as
enfermeiras e o médico estavam no quarto. Ela sentou, me olhou e disse: "A
maldição de Bathsheba". E então deitou de novo e dormiu até o dia
seguinte.
A relação com a casa
Andrea: A casa nunca
nos deixou, ainda que nós tenhamos deixado a casa. Nunca nos deixou e nunca nos
deixará.
Os Perron
Andrea Perron escreveu uma sequência de três livros sobre suas experiências na
casa:“House of Darkness House of Light” volumes I, II e III. Ela percorre
o país dando palestras e recordando o tempo em viveu na casa mal-assombrada.
fontes: ultimosegundo.ig.com.br; terrorama.com.br; assombrado.com.br.
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