Minha irmã tinha um ursinho de pelúcia, um assustador ursinho de pelúcia. Eu não sei por que, mas ele me assustava. Era tão perturbador para mim. A coisa tinha olhos que pareciam tão reais.
Primeiramente eu comecei a
ter sentimentos estranhos sobre o urso quando minha irmã o ganhou, ela era
apenas um bebê na época, e eu tinha quase 4 anos. Nós tínhamos um cachorro, e ele
tinha o hábito de comer as coisas, então minha mãe sempre tinha que o colocar
em uma pequena sala no corredor do andar de cima. Todas as vezes que subia
aquelas escadas, eu via o urso estranho de repente brilhar no canto pra mim, é
como se ele estivesse me observando. Essa não é a parte estranha; começou a ficar
realmente estranho uns 5 anos depois: com 6-7 anos minha irmã perdeu o
interesse no urso, então minha mãe apenas o jogou no armário de brinquedos
antigos, o único problema era que o armário ficava no meu quarto.
Quando eu tinha 9 anos,
idade suficiente para ficar sozinho e ir para cama sem qualquer assistência,
todas as noites eu deitava na minha cama e apagava minha luz. Foi quando ficou estranho.
Eu estava ficando com sono, mas de repente, lembrei-me da minha mãe colocando o
ursinho no armário; lentamente me virei para olhar em todo o meu quarto, para
vê-lo através do vidro. Meu coração de repente parou, enquanto eu pensava nos
horrores que o ursinho havia me causado, mas com 9 anos, eu queria crescer e
perder meus medos, então só sacudi a cabeça e me deitei.
Quando me levantei para
tirar meu lençol pra mais longe, notei algo que iria me deixar cicatrizes a
vida toda: lá estava, no final do meu quarto, o ursinho. Meu coração começou a
bater normalmente de novo. Fiquei ali sentado, olhando para ele por aproximadamente
um minuto. Quando eu precisei bocejar, fechei os olhos. Os abri, para ver o
ursinho sentado mais perto da minha cama. Neste momento, eu estava realmente
assustado. Comecei a me mover para trás, encostei-me à parede e olhei em volta
para ver se havia qualquer indicio de alguém ter entrado no quarto. Olhei para
trás para ver o ursinho no final da minha cama, eu estava tão assustado que
quase desmaiei de medo. Quando eu pisquei, ele tinha desaparecido. Olhei em
volta. Para meu alívio, não vi nenhum sinal dele.
Deitei minha cabeça para
trás no meu travesseiro, esperando por um pouco de sono. Então abri meus olhos.
Estava acima da minha cabeça, olhando para baixo. Eu gritei, pois ele pulou em
cima de mim. Eu nunca vou ver um urso da mesma forma novamente. Alguns anos
depois, depois de anos de horror, eu o queimei; estava satisfeito em como o
urso foi transformado em cinzas na minha lareira.
Eu vivi minha
pré-adolescencia e adolescência; a única coisa que eu conseguia lembrar que era
de alguma forma semelhante com minha péssima experiência, foi quando assisti
Trainspotting. Aquela merda de cena do bebê me chocou tanto, mas fora isso,
tudo estava bem.
Quando fiz 19 anos, estava
prestes a mudar para minha casa nova. Eu já tinha pegado as chaves da casa e
estava pronto para montar minha mobília. Depois de horas de transporte,
carreguei a última caixa do caminhão de mudança para a porta da frente e fechei
a porta atrás de mim. Virei-me para ir à cozinha e colocar a caixa na mesa.
Abri para ver que era um armário. Eu o tirei, andei até minha nova sala de
estar e o coloquei lá no canto, olhei para ele e pensei comigo mesmo, eu não me
lembro de embalar esse armário. Eu realmente não me importava muito com isso,
afinal tinha acabado de me mudar para minha casa nova.
Voltei na cozinha para pegar
minha televisão e a levei para a sala de estar, quando eu o vi. O ursinho, ele
apenas ficou lá, olhando para mim com aqueles olhos brancos e realistas. Foi
além da minha imaginação, como algo de um filme de terror. Meus medos não
podiam ser contido e tanto faz aquilo ser urso ou uma possessão demoníaca, ele
sabia que eu estava com medo. Eu o joguei no lixo e coloquei um bloco de
cimento em cima da tampa. Naquela noite, eu dormi na minha cama, me sentindo um
pouco mais seguro. Acordei de madrugada e olhei as horas. 12:00h.
Ouvi um barulho na cozinha.
Fui até lá e notei que a porta de fora estava aberta e no chão tinha marcas de
lama com formato de patas que levavam até a cozinha. Eu notei que uma das
minhas facas não estava no suporte e então ouvi algo estranho atrás de mim.
Corri até o carro e dirigi. Olhei no espelho retrovisor e vi o seu rosto. Ele
estava segurando uma faca. Eu pisei nos freios. E ele voou pelo para-brisa da
frente, levantou-se e olhou direto nos meus olhos. Senti-me como se ele
estivesse me puxando pra ele. A única coisa que poderia estar indo em direção a
ele seriam minhas duas rodas dianteiras. Colidi-me com ele, senti uma leve
batida, suspirei de alívio e dirigi. Nem um minuto depois, senti como se algo
estivesse cortando a parte de baixo do meu carro. Então saí para verificá-lo:
havia uma barra atravessando meu tanque de combustível. Corri bastante até o
hotel mais próximo para ficar lá. O único que tinha era a uma milha de
distância. Quando cheguei no hotel, caí na cama exausto. Quando eu acordei...
Ele estava no final da
cama...
Fonte: MedoB
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